29 julho 2009

Um tempo e o nosso espaço.

Ao som de Set Down Your Glass - Snow Patrol.

Brincava de astrônomo e de cientista quando pequeno. Minha fixação me fez ler precocemente temas complexos relacionados ao tempo e ao espaço. Tempo meteorológico e Espaço Sideral. Aprendi inúmeras coisas, sei que posso observar as estrelas e descobrir se a temperatura da superfície de uma é maior que a de outra apenas com meus olhos curiosos de criança. Consigo distinguir algumas poucas constelações. Perdi meu medo de lua e estrelas cadentes. Me disseram que quando criança eu chorava de medo ao ver o satélite. Hoje ele me fascina. A lua me acalma e mesmo poderosa me trata de igual para igual. Há algumas semanas acompanhei uma estrela cadente. A vi calma enquanto percebia que meu medo tinha passado. Todos os meus medos dos últimos dias tinham passado. Confidenciei a ela a grande ajuda que me deu. Ela agradeceu, se apagando logo depois.
Pessoas surgem como estrelas cadentes. Briham. Nos ofuscam. E se apagam no fim de uma linha, um ciclo. Como o daquela estrela cadente. Um momento fica para sempre, aquele trajeto é marcado para nunca mais se apagar. Eu olho para trás e tento tirar mais alguma coisa de lá. Você percorreu seu trajeto mas não se apagou. Lembro de detalhes, quando minha cabeça foi pega de surpresa te vendo dentro de você, vendo um você diferente do você habitual. É sim algo complicado, mas eu consigo interpretar seu ciclo de estrela cadente muito bem. Ando te confundindo com um cometa. Te vi passar uma vez e espero esse momento de novo. Demorarás. Um mês, um ano? Quinze dias? Sei ao certo que te verei voltar.
Me orgulho de olhar para o céu e interpretar as nuvens. Sei quando chove e quando esfria porque preciso de chuva e frio para me sentir aqui. Preciso desses momentos para encarar a verdade e perceber que a minha vida não é a sua, mesmo que eu as imagine juntas. Adoro frio, mas tenho medo de raios e trovões. Ambos me fascinam. Sua frieza serve de exemplo mas tenho medo de te ver trovejar.
Dentre essas leituras de criança precoce aprendi que no centro de um tornado o ar é calmo e limpo. Um olho nítido que faz o tempo parar. Nada acontece. De concreto, duas coisas: Algo forte aconteceu antes e algo forte acontecerá logo depois. Tormentas sacudirão sua superfície e abalarão a minha como me sacudiram e te abalaram ontem. Enfrentarei tudo novamente, agora com um sorriso no rosto.
Estou bem no olho do furacão. São quinze dias marcados no meu calendário.
Dessa vez vai ser mais fácil porque na volta saberei onde te encontrar.