23 março 2009

Quando amanhece.

"Fiz um resumo do que eu sou e fui até hoje pra um amigo que alegava não me conhecer direito, e enfim, vou disponibilizar aqui. Sugiro o mesmo pra vocês, vai ser bacana conhecê-los mais a fundo =D"
Entrei na onda, Pedro.


Estou ficando velho.
Brinquei de bete na rua, de soldadinho... Quebrei um braço brincando. Tinha sonhos de criança, de ter minha vida, de ser dono do meu nariz. Gostava de acordar cedo, tomar café da manhã. Eu tinha paciência para tudo. Odiava escola. Hoje sinto saudades. Era bom ser dependente. Fui aprendendo que a vida nos dá tapas, mas sempre com boas intenções. A responsabilidade cansa. Nos deixa velhos. Mas é algo essencial. Caí. Levantei. Escorreguei. Empurrei muitos. Me orgulho disso tudo. Não sou o mal que me pintam. Nem o santo que veem. Não vim a esse mundo para deixar marcas. As minhas foram e estão sendo deixadas para poucas pessoas. As que merecem. Dou mais risadas do que devia. E não gosto de ser assim. Não vai ser toda hora que eu vou estar de bom humor. Muitas pessoas não entendem isso. Mas e daí? Sou besta, um imbecil. Por mais fechado que seja, me destruo todas as vezes que preciso escolher com o coração. Não gosto de escolher com o coração. Afetividade é algo que nos deixa cegos. Não gosto de algo que nos deixa cegos. Tenho preguiça do futuro. E ele se faz mais presente do que nunca. Tenho que aprender a lidar com isso, rápido. Sou convicto de que não “vivi coisa demais” como certas pessoas adoram dizer por aí. Vivi até um bom punhado de coisas, sabia? Mas nada demais. Abdiquei de muitas situações em um dado momento da vida. Mas sei que outras virão. E vai ser sempre assim. E quando amanhace, percebo que estou ficando velho de novo.