25 outubro 2009

Monólogo de um final não decidido.

Ao som de New World - DeVotchKa.

"Seguiremos as predisposições dos nossos caminhos. Mas antes, uma ressalva: não me interrompa. Mesmo que eu passe longos períodos calados olhando para o lado oposto ao seu. Não são os olhos apenas que enxergam o mundo à nossa volta, mas toda uma orquestra de sentidos.
E se o olhar para o lado significar fuga, foi tudo milimetricamente planejado. Foi tudo pensado para perdermos tempos que nesse momento ainda não são preciosos, mas que um dia serão. É que há muito caímos na rotina e pelo menos eu não sei como nos tirar de lá. Sempre o mesmo momento. Sempre as mesmas expressões, os mesmos bancos, os mesmos diálogos. E sempre que as mesmas coisas se repetem, o mesmo sentimento de pressão reaparece sugerindo que a qualquer momento tudo pode ir pelos ares dando espaço àquela certeza de deixar tudo para trás para juntos finalmente tentarmos a coisa certa a se fazer.
Isso! Sorrisos. Muitos sorrisos. Não estamos nos separando. Isso nunca vai acontecer porque eu não quero que aconteça. Trarei portanto seus distúrbios para que eu mate meu tempo tentando entendê-los um por um. Firmarei assim a base pela qual passarei a operar nossa complexa guerra de egos. Oras! Sabes que nossos combates são as coisas mais divertidas que existem!
Já ia me esquecendo: deixei um presente no armário. Acho que o estoque será mais que suficiente para todo esse tempo em que não nos virmos. Use-o bem. Não foi fácil encontrar essa quantidade toda de sossego.
Olhe! Os fogos! Parecem saber que vou partir pela segunda vez! Terás hiato de uma semana. Serei o nosso Deus e criarei tudo de novo em silêncio por seis dias. No sétimo, descansarei. Quando ouvir os fogos de novo, saberás que estou de volta.
És a hora. Deixe-me então te dar tchau? Sentirei mais falta dos seus olhos do que de mim mesmo. Ficarei bem. Eu tenho a plena certeza de que tudo isso é momentâneo e representa na verdade a tentativa de um novo recomeço. Pra mim."

26 setembro 2009

A gangorra.

Ao som de The Winner Is - DeVotchKa.

No meu copo de whisky só tem entrado café. Tem sido assim ultimamente. Beber para esquecer é para os fracos. Os fortes sabem que uma vez acontecido, nada apagará o que foi feito. Beber para se encorajar também é coisa de gente sem personalidade que acha que um copo de alguma coisa te liberta de todos os problemas e te traz as soluções. Não serei mentiroso em afirmar que nunca fui forte ou fraco. Sou os dois, em determinados momentos, naqueles onde cada uma dessas situações se encaixavam bem.
Não sei, mas ultimamente me cansei de tudo isso. Ser forte, ser fraco... Essas coisas requerem algum extremo. Não confio em extremos. Prefiro me guardar e ser as duas coisas ao mesmo tempo. Para um forte, vários fracos tentam puxar o tapete. Para os fracos, mil fortes que servem de exemplo inalcançável. Sabendo mediar as duas coisas você passa a ter duas linhas de frente.
Os opostos se atraem, sejam em qualquer ambiente ou situação. Mil fortes falarão agora que não existem benefícios em ser fraco. Sim. Existem. Quando se é fraco você ainda tem escolhas. Só você pode reverter uma situação. E revertendo você percebe o quão forte é. Vários fracos buscam derrubar um forte. Existiria então benefício pleno em ser superior? Superior é aquele que se dá bem com todos, fortes ou fracos. Muitos fortes por aí se enganam em não pensar assim.
Meus olhos dividem a cena em várias. Em cada quadrado uma situação. Pessoas diferentes, fortes, fracas. Todas com possíveis problemas e soluções. E eu aqui, vendo tudo à altura dos meus olhos. Nem acima, nem abaixo. Gente feliz, gente triste... Todas desfilando suas vidas. Agradecem por muito ou reclamam por pouco. Só eu enxergo erros aqui?
Me viro e vou. Dou as costas para essas pessoas que acham que sabem o que é chegar a um extremo. Eu agradeço e reclamo. Agradeço por cada detalhe ou coisa pequena que eu consiga fazer. E reclamo também, por que não? Mas somente quando algo realmente é grandioso para se reclmar. Não sei, mas às vezes me acho diferente. Penso diferente de tudo, sou um pacifista de primeira e sempre vou ver os dois lados da moeda. Por mais que doa falar a verdade quando são as mentiras que muitos querem ouvir.
É como uma gangorra: Forte de verdade é quem se coloca no meio, equilibrando e distribuindo a força necessária para o lado oposto, trazendo um pouco para o chão aquele que voa demais.

18 setembro 2009

Um pai.

Ao som de The Grand Finale - Danny Elfman.

Disse a um amigo que às vezes me sinto como se fosse um pai. Interessante descrever: aquele sentimento de carinho misturado com um pouco de possessividade, aquela coisa de sempre querer o bem, sofrer junto, rir, dizer só com o olhar que por mais que ele tente esconder ou queira desesperadamente mostrar, você sempre irá entender todas as suas atitudes. O sentimento que te faz observar de longe e sorrir consigo mesmo, sabendo que as atitudes dele já foram vividas por você, e que ele, só ele, poderá escolher se fará as mesmas coisas ou mudará o próprio final.
No início o pai deslumbra o filho, tem medo de doenças, de machucados ou brigas com os coleguinhas do jardim de infância. Depois o filho cresce, e aprende a andar com as próprias pernas. Cria suas próprias referências, faz suas próprias escolhas. O pai ali, do lado, se torna coadjuvante por alguns momentos. E o filho cresce. E já superficialmente independente começa a se mostrar como um vencedor para seu pai. E cresce. E passa a te cobrar conselhos, começa a perder o medo de desabafar. E você, como um pai, sempre quis que esse momento chegasse. Mas você sempre quis ser ouvido, até antes, e agora se vê sem nada para falar. Faltam palavras, sobram olhares, sorrisos e compreensões.
Um filho transforma um pai. Eu, que sempre fui orgulhoso e dono de mim, por você aprendi a me moldar. Deixar o orgulho de lado, aceitar quando lhe cabe, se mexer quando é devido e necessário. É saber que agora você também cuida de outra vida, que tem mais alguém para te acompanhar, mesmo que esse alguém não esteja perto. É sentir a saudade de estar longe por míseros dois dias. E eu, que sempre fui orgulhoso e dono de mim, ainda ando me acostumando a me deixar de lado para te agradar.
Ensinar e aprender. Você ensina, você aprende. Desperta em si o espírito da humildade. Conjuga mais o verbo compartilhar. E compartilha tudo, do mesmo copo ao mesmo olhar. E em cada gesto sempre dá um jeito de trazer ou levar ensinamentos, usa cada oportunidade para criar lições de vida, desde as mais simples até aquelas difíceis de aceitar.
Eu e meus sentimentos de pai.
Vai filho, cresce. Você finalmente sabe que eu estarei sempre junto, sempre que você precisar.

30 agosto 2009

A resposta para todas as coisas.

"Acho que é a segunda vez até agora que eu te mando uma espécie de e-mail-texto-desabafo. Mas fique tranquilo, o assunto aqui não é diretamente nenhum problema meu. O simples fato que culminou em me fazer escrever linhas e linhas para você às 3h50 da manhã é algo que tirou meu sono por todo esse fim de semana e que vou detalhar agora porque não aguento mais guardar uma pequena decisão pra mim. Sabe aquela conversa nossa no MSN que eu editei e botei no meu blog? Pois é... Ela é a chave para tudo isso aqui, meu caro! Você vive me dizendo que tem medo que eu não acredite na sua sinceridade para/com a minha pessoa. E eu sempre quis te provar que eu acreditava nela desde o nosso primeiro contato. Andei pensando muito na forma de retribuir todo o respeito que você tem por mim, pensando em como eu poderia retribuir cada momento que você estava presente pra me ajudar, cada sorriso, cada linha escrita por você, cada olhar seu que entendeu o que se passava em minha cabeça. Queria retribuir tudo isso à altura e, igual a você, tinha medo de não conseguir. Com o agravante aqui que eu sou acostumado à subjetividade! Portanto, quadruplique cada sentimento meu e você terá meus verdadeiros sentimentos. Enfim. Aconteceram muitas coisas na minha vida até agora. A maioria das coisas que você possa imaginar eu já deva ter passado. Eu cresci com muita coisa na cabeça, sem saber como agir em certas situações. Talvez pelo fato da criação padronizada de cidade do interior, como você chegou a citar nessa nossa última conversa. E isso é o que sempre me bloqueou para você. Por mais que eu não demonstre, sou uma pessoa completamente dependente. Eu preciso de gente ao meu lado, eu preciso de apoio em qualquer situação. Porque não falo muito sobre os meus problemas, mas é só eu ter pessoas especiais ao meu lado que elas me ajudam a resolvê-los, mesmo sem elas saberem que eu estou passando por qualquer tormenta ou pequena dificuldade. Tenho muita coisa pra falar sobre mim que eu nunca disse pra ninguém. Frase clichê, mas não nesse caso. Coisas que eu tenho vergonha de ter feito e que fiz, sem me arrepender. Isso é papo pra uma madrugada inteira de conversa fluida, regada a bebida e boa música. Eu sei que essa madrugada um dia vai chegar. E eu não quero adiantá-la de forma alguma. Enquanto isso, saiba que eu confio em você da mesma forma que você confia em mim. Você finalmente me encorajou a me abrir mais e eu te disse que conseguirias isso mais cedo ou mais tarde. Saiba também que suas provas de amizade até aqui foram mais que suficientes pra que eu soubesse já a algum tempo que você é "A" pessoa mais apropriada pra ouvir a minha vida por completo. Finalizando, quero deixar aqui uma ressalva, como a escrita logo ali em cima: eu não quero adiantar esse assunto, não quero correr contra o tempo como um desesperado, por mais que você morra de curiosidade. Tudo nessa vida tem um propósito e algum dia ele chegará. Mais rápido do que eu imagino. Mais rápido do que você possa acreditar."

27 agosto 2009

Confissão.

Ao som de When Your Mind's Made Up - Glen Hansard and Markéta Irglova.

Já escrevi milhões de textos sobre como a chuva me transforma. Não tem sido diferente. Aliás, a única diferença aqui é que aprendi a ser mais centrado e feliz sem que gotas precisem cair do céu.
Não sei como, mas mudei. Na verdade podei muitos galhos mortos que atrapalhavam o crescimento de outros. Me surpreendi com o quão vigoroso foi o crescimento deles depois de tudo. Quero abdicar aos poucos dos meus vinte anos de vida medíocre. Não levemos isso ao extremo, mas certamente duas décadas demoraram para que finalmente eu entendesse meu propósito em relação a situações de escolhas importantes. Estamos em reformas.
Você me surpreendeu muito nos últimos dias. E eles foram tão intensos que as surpresas agora começam a ficar escassas. Maçante: definitivamente você não me assusta mais. Pelo contrário, agora é sua previsibilidade que me deixa nervoso. O que me orgulhava era ter visto em você uma pessoa especial, justamente por esconder seu lado precioso, soltando-o sem querer para aqueles que não imaginavam que existiam mais trilhos além do horizonte.
Quinze dias de mudanças, quinze dias de ação. Em um mês me mutei, refleti. Descobri a melhor forma de te abordar. Conquistei território, cheguei bem perto, parei quando tive que ir com calma. E agora não sei o que fazer. Tinha te desarmado, pois o jogo agora mudou. Estou nu, levaram-me as roupas, comidas, decisões. A sobra aqui no canto advém de memórias e pensamentos, dos quais nunca me desapoderarei.
Sim. Já tinha analisado essa situação e achei sinceramente que não chegaria até ela. Mas você se mostrou ser uma espécie de Gabriel, só que escondido. Na verdade o Gabriel que viveu até trinta dias atrás. Me livrei dele para chegar mais perto de ti e o que encontrei? Poderia ficar somente nisso, mas fui tentado a ir mais fundo. O resultado mudou: o seu Gabriel é mais fraco que aquele abolido das nossas vidas.
Isso me deixa sem palavras. Achei a chave do seu ser. Entrei em sua cabeça e me tranquei lá dentro. Agora não sei como sair e a cada dia chove mais. Estou protegido, mas você não. Revivo agora como espectador a vida que eu levava, chegando ao cúmulo de saber qual é sua próxima ação. Neste emaranhado de descobertas, apesar de todas as negativas, ainda gosto de te admirar. Porque sei que por trás desse metal todo ainda surgirá a sinceridade e os desejos daquele Gabriel fraco que agora reside em você. Eu, mais do que ninguém, sei lidar com ele.
E acima de tudo sei o que ele é capaz de fazer.

08 agosto 2009

A filha do vento.

Ao som de The Blower's Daughter - Damien Rice.

Cinco horas da manhã. Eu aqui. Arrebatado, nada cansado. Completamente feliz. Resolvi fazer um balanço da minha vida, tudo o que eu aprendi e descobri naqueles quinze dias sem contato com ninguém. Sim, me isolei. Mesmo. Não encontrei amigos, andei sozinho pelas ruas relembrando bons momentos. Filmes e séries recorrem a esse clichê com certa frequência: ficar sozinho para pensar em si mesmo. Nunca tinha parado para fazer algo assim, mas quando fiz percebi que clichês podem ser verdadeiros.
Marquei a data da minha mudança. Dois de agosto, meu aniversário. Quando a gente quer muito uma coisa, a gente chega até ela. Legal, mais um clichê que provo ser verdadeiro. Decidi então deixar de sofrer por pessoas e situações antecipadas. Quero sempre nosso bem. Nosso. Mais do que nunca. O medo não desapareceu mas está escondido, com vergonha dele mesmo. Lógico que ele ainda vai aparecer mais algumas vezes, só que terá medo dele próprio, medo de se pronuciar, até se calar por completo.
Estávamos todos ali e por um momento aconteceu. Fração de segundos. Foi esse o terceiro clichê. Do meu lado, enquanto andávamos, você disse duas palavras. Era algo até previsível, mas não vindo de ti. Confesso, fiquei sem reação. Virei levemente o rosto para você, quis te responder. As palavras não saíram. Não teria resposta pronta. Foi tão inesperado que julguei ter tido um sonho. Mas sua voz não me confunde. E eu já tinha sonhado com você.
A noite me surpreende cada vez mais. Queria te tocar, te sentir, queria sentir os seus cabelos. E fiz tudo isso sem você saber. Foi algo tão simples na verdade, que nem percebestes. O meu presente secreto de aniversário. Não tive você aos meus pés, mas ao meu lado. Tirei sua armadura e sorri quando antes eu teria ficado preocupado. É um bom começo. E um bom sinal. Olhar nos teus olhos e ver aquela pessoa que eu havia visto apenas uma vez foi incrível... Não podia te exigir mais. Foi um bom começo. E um bom sinal.
Não me preocupo mais com o amanhã. Os imprevistos do "hoje" me agradaram mais. Sofri por antecipar as coisas, já disse. O clichê de parar de sofrer antecipadamente funcionou e me fez completamente feliz quando vi teus olhos falando comigo, mais do que o seu corpo pudesse falar.
Os olhos. Eles mais uma vez te entregaram. Você sabia disso? Foi como você disse que seria.
Não consigo tirar meus olhos de você.

29 julho 2009

Um tempo e o nosso espaço.

Ao som de Set Down Your Glass - Snow Patrol.

Brincava de astrônomo e de cientista quando pequeno. Minha fixação me fez ler precocemente temas complexos relacionados ao tempo e ao espaço. Tempo meteorológico e Espaço Sideral. Aprendi inúmeras coisas, sei que posso observar as estrelas e descobrir se a temperatura da superfície de uma é maior que a de outra apenas com meus olhos curiosos de criança. Consigo distinguir algumas poucas constelações. Perdi meu medo de lua e estrelas cadentes. Me disseram que quando criança eu chorava de medo ao ver o satélite. Hoje ele me fascina. A lua me acalma e mesmo poderosa me trata de igual para igual. Há algumas semanas acompanhei uma estrela cadente. A vi calma enquanto percebia que meu medo tinha passado. Todos os meus medos dos últimos dias tinham passado. Confidenciei a ela a grande ajuda que me deu. Ela agradeceu, se apagando logo depois.
Pessoas surgem como estrelas cadentes. Briham. Nos ofuscam. E se apagam no fim de uma linha, um ciclo. Como o daquela estrela cadente. Um momento fica para sempre, aquele trajeto é marcado para nunca mais se apagar. Eu olho para trás e tento tirar mais alguma coisa de lá. Você percorreu seu trajeto mas não se apagou. Lembro de detalhes, quando minha cabeça foi pega de surpresa te vendo dentro de você, vendo um você diferente do você habitual. É sim algo complicado, mas eu consigo interpretar seu ciclo de estrela cadente muito bem. Ando te confundindo com um cometa. Te vi passar uma vez e espero esse momento de novo. Demorarás. Um mês, um ano? Quinze dias? Sei ao certo que te verei voltar.
Me orgulho de olhar para o céu e interpretar as nuvens. Sei quando chove e quando esfria porque preciso de chuva e frio para me sentir aqui. Preciso desses momentos para encarar a verdade e perceber que a minha vida não é a sua, mesmo que eu as imagine juntas. Adoro frio, mas tenho medo de raios e trovões. Ambos me fascinam. Sua frieza serve de exemplo mas tenho medo de te ver trovejar.
Dentre essas leituras de criança precoce aprendi que no centro de um tornado o ar é calmo e limpo. Um olho nítido que faz o tempo parar. Nada acontece. De concreto, duas coisas: Algo forte aconteceu antes e algo forte acontecerá logo depois. Tormentas sacudirão sua superfície e abalarão a minha como me sacudiram e te abalaram ontem. Enfrentarei tudo novamente, agora com um sorriso no rosto.
Estou bem no olho do furacão. São quinze dias marcados no meu calendário.
Dessa vez vai ser mais fácil porque na volta saberei onde te encontrar.

18 julho 2009

Calendário.

Ao som de Fake Plastic Trees - Radiohead.

Quinze dias julguei serem necessários. Já no primeiro deles, todos os meus planos foram por água abaixo. Duas semanas são poucas para toda uma intensidade que vem crescendo há quase um ano. Quando me dei esse tempo, recebi em troca um sonho: você estava do meu lado, fazendo tudo o que eu queria que você fizesse, mas não de forma real, sem máscaras, sem precisar se esconder atrás de mim para que eu não precisasse me esconder atrás de você.
Não sei o que posso fazer para te ajudar. Se eu soubesse como me ajudar já bastaria. Poderia remediar as intensidades que tanto têm tirado meu sono desde então. Você apareceu sem dizer nenhuma palavra. Causou-me um estrago sem dizer nenhuma palavra. Não quero te ver indo embora sem dizer nenhuma palavra. Quero te ver falar. Quero ouvir um sim. Ouço tranquilamente se também for um não. Prove-me que és capaz de mudar o jogo. Aja como se fôssemos um.
Meu problema é não conseguir te sacudir pessoalmente. Sou trouxa e medroso. Perco mil oportunidades para te ter em um sonho. Uma noite. Um dia. Crio planos e projetos dentro de mim que são arquivados como sempre, lá no fundo, onde eu ainda posso vê-los mas não consigo mais alcançá-los.
Perco então mais mil oportunidades.
E não sei até quando será assim.

12 julho 2009

Sem palavras.

Ao som de Viðrar Vel Til Loftárása - Sigur Rós.

Venho descobrindo pessoas incríveis. Pessoas antigas, atuais. Certas pessoas têm me mostrado que cada dia vale a pena. Cada momento é único e essencial para que amizades se fortaleçam e se solidifiquem.
Deixa eu contar um segredo? Tenho deixado meu egoísmo de lado por todos vocês. Anos atrás procurava por amizades que não existiam. Eu não conseguia entender porque as pessoas não me passavam a sinceridade que eu buscava. Precisei de um ano sem vocês para entender. Vocês sempre foram sinceros, até demais. E essa sinceridade era tanta que chegava a me cegar. Estávamos tão íntimos que eu não percebia que vocês entendiam e torciam por cada passo meu. E eu procurando alguma forma de demonstrar que nisso existia reciprocidade. Não precisava. Vocês também percebiam isso.
Recebi hoje um e-mail especial. Uma amizade de quase 15 anos separada por um continente. Por mais que eu desejasse seu sucesso, não esperava te ver tão longe. Ainda torço por você, mas a saudade dói e sua risada faz falta.
Recebi hoje uma visita especial. Te ver na porta de casa foi algo excepcional. Quebrou minha rotina e me transformou na pessoa mais feliz naquele momento. Eu estava nervosíssimo por conta de problemas pessoais e você me tirou deles por poucas horas.
Somos antigos. Somos velhos. Seremos sempre as mesmas pessoas. Viramos crianças quando estamos juntos. É bom ter a certeza que sempre será assim.
Continuo descobrindo mais pessoas incríveis. Não preciso de muita coisa. Apenas de gente que consiga entender que por trás de um rapaz brincalhão existe alguém normal. Gente que vê além das brincadeiras, que enxerga meus problemas apenas com um olhar. Ganhei preciosidades. Bom saber que você é paciente. Que você acha interessantíssima toda a bobagem que eu tentei te dizer há dias. Minhas sérias bobagens foram tratadas tão bem... Dividimos a mesma opinião no final. Compartilhei 15 anos em um punhado de minutos. Descontei minha raiva acumulada e vi que você está sempre tentando me ajudar, mesmo me conhecendo a tão pouco tempo. Respeito o seu caráter acima de tudo e agradeço pelas palavras mais velhas que você. Excepcionalmente hoje eu fui o neto que pede conselhos ao avô.
De forma geral, quero agradecer a todas as pessoas que têm me dado a honra da compania. Seja ela distante ou não. Agradeço aos meus anos junto de pessoas incríveis. Admiro a individualidade de cada um. Choveu hoje. Cada gota que caiu foi um momento especial. Relembrei minha história, guardando pedaços de cada momento bom e ruim. O céu ficou nublado e as nuvens estão visíveis. Elas se parecem tanto com abraços... E isso cai bem para todos nós.

Deixe-me agradecer pelo céu nublado dessa noite. Ele me fez tão bem...

25 junho 2009

Eu, a memória e o seu dissertar.

Dentro de duas semanas serei tentado a olhar para trás. Autoconhecimento. Sabe o que me contaram? Que lá é meu porto seguro, onde encontro as pessoas que me querem bem, o lugar que sempre me fez feliz. Retiro aqui as pessoas que me querem bem. Não as terei por hora. Serei eu, a memória e o seu dissertar. Vou ter dias calados e tempo mais que suficiente para entender o que eu quis lhe dizer. Aproveitarei para botar na balança minhas atitudes e prioridades. Como você sabe, exagero nas intensidades: as aumento quando preciso diminuir e as diminuo quando tento exagerar. Preparo o terreno para o sim e para o não. Você consegue perceber que isso aqui não passa de um brega ensaio ficcional? Divertido é me imaginar em situações exteriores, arriscando e perdendo, controlando palavras para não ganhar demais. Ganância combina com a gente, mas um limite faz-se necessário e eu tenho medo de não o respeitar. Deixo contigo palavras inacabadas. Não que elas se relacionem com você. Você sabe interpretá-las muito bem e vai perceber que aqui elas falaram só de mim. Não concorda que passar um tempo fora faz a gente respirar?
O que me fez aquele dia escrever linhas e linhas às 3h50 da manhã foi algo que tirou meu sono por todo um fim de semana. Sabe nossa última conversa? Ela é a chave para tudo isso daqui! Uma vez iniciada, ela vai ter um fim. Mais rápido do que eu imagino. E mais sincero do que você possa acreditar.

18 junho 2009

Citação.

Conseguiram resumir minhas últimas semanas.

"Suas nostalgias em relação à infância. Eu já te disse a razão que eu acho disso: Você se afastou dela em um momento bom e sempre que você está vivendo algum momento ruim é lá que você vê teu porto seguro, as pessoas que te querem bem, o lugar que sempre te fez feliz. Entende o que eu quero dizer?
Isso é normal. É só ver sua condição, tua história de vida: completamente compreensível. Você vai ser aqueles tios babões, com visão longe, mas que nunca esquece de onde veio; que vai ter orgulho da tua terra, de voltar, ter os olhos brilhando ao vê-la; desejar aos teus filhos a mesma infância que você teve. Foi uma época boa. Você nunca esquece isso porque lá foi uma época que você via tudo com as lentes de um outro Gabriel de uma outra época. De uma época e de um Gabriel que você sente falta, que você vê que amadureceu, que vê a vida de um modo mais adequado, mas mesmo assim sente falta.
Mas tem algo que eu vejo em ti que eu gosto tanto: Eu tenho a tua vida na minha cabeça. Você teve amigos na tua cidade, aqueles que você conta nos dedos, que nunca iriam querer teu mal, aqueles de dividir cada momento da pacata cidade, cada pensamento, aqueles AMIGOS de letra maiúscula, pois não há outra definição pra fazer."

05 junho 2009

Saudade.

Ao som de Andvari - Sigur Ròs.

Vez ou outra me ocorre um forte sentimento nostálgico que não sei explicar ao certo. Vou tentar hoje, porque ele resolveu aparecer mais uma vez. E quando ele aparece tenho vontade de rir, chorar, abraçar... Mas uma vontade sempre prevalece, a de andar sem rumo. Acontece que é algo mágico: desde pequeno tenho em mente uma imagem de alguma cidade. O legal é que não sei qual é essa cidade, não sei se foi alguma foto ou imagem que vi, muito menos se algum dia estive em um local assim. Me vem à cabeça uma cidade com ruas de pedra, típica de interior. As casas com telhas de barro, daquelas modeladas há velhos tempos nas coxas das escravas. Entre as casas, árvores, muitas árvores. Palmeiras altas, brincando com um céu de fim de tarde. E junto com todos esses elementos vem outra nostalgia mais forte, da casa da minha avó durante vários finais de tarde felizes, em que eu a via preparar o jantar. Junto agora aos meus sentimentos a sinestesia: sinto o gosto da comida, vejo o vapor saindo das panelas e ouço as madeiras estalando no fogão à lenha. A luz é fraca, mas luz o suficiente para tornar todo o ambiente amarelado. E o rádio toca músicas características do sertanejo raiz. Como sempre acontece nessa minha nostalgia, a imagem inicial da cidade se transforma em uma esquina da minha cidade natal. Bem na rua da casa que desde pequeno eu quero comprar. Engraçado isso mas eu nunca esqueci a escada de madeira daquela casa, do chão de tacos, do pêndulo eterno do relógio que ficava em cima da geladeira... Por muitos anos foi a casa de um tio meu. Quando me lembro dessa casa, vêm logo em seguida os Natais da infância. Eu brincava com a árvore de natal da casa desse meu tio. E adorava andar pela cidade iluminada, parando na praça central abaixo da gigante árvore de luzes que inúmeras vezes povoou meus fins de ano. Eu sinto meu cabelo molhado, de menino que acabou de sair do banho e se arrumou para comemorar as festividades com a família. Era sempre o mesmo cronograma, as duas casas, as duas avós. Cada uma com seu jeito, o seu lugar especial. Uma tem vários netos. A outra tinha eu e meu irmão e ela cuidava da gente como se fôssemos muitos. Ela já se foi, mas me abraça agora, nesse exato momento. Interessante como uma imagem que não consigo saber se é verdadeira, se foi vivida, ou se faz parte do meu imaginário me leva a retornar em momentos ímpares da minha vida, como brincar abaixo da ponte próxima à casa de outro tio, como chegar perto das tais luzes de Natal e sentir o calor emanado por elas, como dormir enquanto minha madrinha me abraçava, como quando eu ria nos meus primeiros meses de vida enquanto meu pai brincava comigo. Quem disse que homem não chora não pode dizer que já sentiu saudades. Chorei escrevendo esse texto e nunca me envergonharia de contar isso. Aliás é a segunda vez que choro escrevendo um texto que me traz lembranças antigas. E o choro contrasta com meus sorrisos na garupa da bicicleta do meu avô, quando ele me levava para seu trabalho, parava no mesmo bar, comprava um guaraná pra eu comer com os biscoitos que minha avó preparava. Ele me deixava vê-lo trabalhar e se orgulhava disso. Ele de certa forma passava adiante o que a vida lhe ensinou. E mesmo que eu não tenha seguido o seu caminho, nunca vou me esquecer de momentos como esses.

"A imagem inicial da cidade se transforma em uma esquina da minha cidade natal. Bem na rua da casa que desde pequeno eu quero comprar."

21 maio 2009

Quando o frio trouxer sorrisos.

Foi bom sair de casa e perceber que o dia seria inesquecível. Não que eu esperasse algo de realmente bom acontecendo. Eu sei que coisas boas demoram a chegar, vêm em etapas, pequenas doses de felicidades que culminam em alguma realização. E eu sei que este é o momento mais propício para as minhas realizações.
Sentimentos de saudade se misturam com a nostalgia ainda fresca de alguns dias atrás. Eu dosava minhas atitudes achando que teria algum resultado com isso. Pequei. Paguei a mim mesmo o preço de perder oportunidades de fazer as coisas certas na hora certa. Nunca me arrependerei.
Quem inventou o frio? A melhor sensação. Indescritível. Ele finalmente chegou e agora eu poderei dar continuidade aos meus pensamentos. Novos pensamentos que trazem novas possibilidades, experimentadas através de novas amizades. Os antigos amigos ainda têm seus lugares. Mas são nos novos que ando vendo a superação de limites, a transposição das barreiras. Fico feliz por todos.
Queria poder sair, ir de casa em casa, tocar a campainha de algumas pessoas especiais e dizer: "Oi!". Só isso. Nada mais. Um abraço cairia bem, mesmo eu sabendo que os olhos abraçam mais forte. Queria sentar na calçada de novo, sem compromisso. Jogar conversa fora, rir, ver a noite passar, ver o sol nascendo mais uma vez. Queria observar as pequenas atitudes percebidas apenas nos primeiros minutos de um novo dia.
Quem inventou o tempo não sabia viver o seu próprio tempo. Limitar momentos: a ideia mais imbecil que um ser humano foi capaz de ter. Lmitando momentos limitamos nossas vidas. Trabalho, estudo, locomoção. Tudo leva o tempo como premissa. A saudade existe porque limitaram o tempo. Hoje vamos quebrar nossos relógios.
E justamente hoje escolhi viver sem esse tal de limitador. Mesmo que eu tenha escolhido viver a falta de limites do tempo enquanto o frio durar. Mesmo eu limitando essa minha decisão a cerca de meros três ou quatro meses. É tempo suficiente para eu responder minhas dúvidas e criar oportunidades de realizações. Vou observar o que chamam de rotina. Farei insano meu cotidiano. Vou provar que um simples vento frio pode trazer a felicidade que a gente tanto procura.

21 abril 2009

Em silêncio.

Ao som de All Alright - Sigur Ròs.

Sentados em silêncio.
Hoje você vai saber sobre o que tenho falado...
Lembra de quando a gente nem conversava direito? Eu tinha medo de você. E você aí, no seu mundo, exercendo o poder de ser autista quando o que eu mais queria era conversar, porque eu sabia que seus assuntos me agradariam sempre. Agora estamos caminhando juntos. Mesmo que isso seja algo bem tênue ainda, mal delineado pelas leis que regem nossas vidas. Mesmo você não percebendo. Você espera atitudes; nós, respostas. Eu espero oportunidades.
Não peço que me culpe e nem que me interrompa. Veja. O que eu estou fazendo não será em vão, acredite. Está tudo aqui na sua frente, jogado, escancarado, gritado. Parece que você prefere não ver, mesmo eu sabendo que ver é o que você mais quer. Tente entender o que estou querendo lhe dizer há dias, por favor...
Esqueça. Abomine as certezas. Vamos brincar de ser improváveis. Quem sabe um dia nos surpreendamos com os resultados? Ainda assim continuarei planejando, analisando cada passo seu, jogando e apostando minhas fichas em você. Eu quero apostar em você.
Ainda sentados. Ainda em silêncio. Hoje você vai saber sobre o que tenho falado através do meu olhar. Vou te passar todas as minhas vontades. Vou te mostrar que o que eu quero não é nada utópico. Eu preciso responder algumas questões que ainda estão em aberto, só isso. Eu preciso que você me ajude a te ajudar. Pois já não confias em mim? Então deixemos esse formalismo de lado e corramos para a diversão. Por mais que eu me arrependa depois e me ache precipitado ou abrupto demais. Releve. Você sabe, já passou por situações parecidas. E isso é a única coisa que tem me confortado.
Ignore o mundo. Sejamos dois. Só dois. Tão dois quanto um. Lute contra você. Tenho feito a mesma coisa e ando obtendo ótimos resultados. Se renda de uma vez. Fraqueza nunca significou submissão. Para todas as possibilidades traremos soluções.
E poderemos enfim nos render ao simples complexo.

28 março 2009

Duelo.

SOBRE MIM >>
O silêncio.
Ele se faz mais presente do que o casual.
Engraçado é saber que pessoalmente, cara a cara, o papo não flui.
Tenho muita coisa pra dizer. Mas ficar mudo nesse momento é necessário. E fundamental.
Eu leio seus olhos. E ouço seu silêncio.

SOBRE VOCÊ >>
Seja pensante!
Existem coisas que não precisam ser ditas. E existem pessoas que ainda não entendem isso.
Existem os momentos de observação. E momentos de respirar profundamente para tentar ser notado.
Tentas respirar mas não consegues.
Tudo é tão perceptível vindo de você!

23 março 2009

Quando amanhece.

"Fiz um resumo do que eu sou e fui até hoje pra um amigo que alegava não me conhecer direito, e enfim, vou disponibilizar aqui. Sugiro o mesmo pra vocês, vai ser bacana conhecê-los mais a fundo =D"
Entrei na onda, Pedro.


Estou ficando velho.
Brinquei de bete na rua, de soldadinho... Quebrei um braço brincando. Tinha sonhos de criança, de ter minha vida, de ser dono do meu nariz. Gostava de acordar cedo, tomar café da manhã. Eu tinha paciência para tudo. Odiava escola. Hoje sinto saudades. Era bom ser dependente. Fui aprendendo que a vida nos dá tapas, mas sempre com boas intenções. A responsabilidade cansa. Nos deixa velhos. Mas é algo essencial. Caí. Levantei. Escorreguei. Empurrei muitos. Me orgulho disso tudo. Não sou o mal que me pintam. Nem o santo que veem. Não vim a esse mundo para deixar marcas. As minhas foram e estão sendo deixadas para poucas pessoas. As que merecem. Dou mais risadas do que devia. E não gosto de ser assim. Não vai ser toda hora que eu vou estar de bom humor. Muitas pessoas não entendem isso. Mas e daí? Sou besta, um imbecil. Por mais fechado que seja, me destruo todas as vezes que preciso escolher com o coração. Não gosto de escolher com o coração. Afetividade é algo que nos deixa cegos. Não gosto de algo que nos deixa cegos. Tenho preguiça do futuro. E ele se faz mais presente do que nunca. Tenho que aprender a lidar com isso, rápido. Sou convicto de que não “vivi coisa demais” como certas pessoas adoram dizer por aí. Vivi até um bom punhado de coisas, sabia? Mas nada demais. Abdiquei de muitas situações em um dado momento da vida. Mas sei que outras virão. E vai ser sempre assim. E quando amanhace, percebo que estou ficando velho de novo.

14 março 2009

Trabalho finalizado.

"The best days of our lives" (no blog do Créu) inspirou o post de hoje.

Você percebe que fez um bom serviço de veterano quando seus calouros aplaudem o vídeo que você produziu para apresentar sua sala à eles.
Quando eles gritam e aplaudem o momento em que sua foto (e a de alguns amigos loucos, empolgados e bêbados também) aparece na tela.
Quando eles soltam um "óun" em coro só por verem uma mensagem de boas-vindas.

09 março 2009

Eu leio seus olhos.

Não adianta tentar disfarçar. Você não precisa me explicar. Eu vejo que tudo pode se encaixar de uma forma simples, que as coisas podem mudar na velocidade do hoje. Eu te respeito. Eu te entendo. Não precisa pensar para dizer. Palavras agora são desnecessárias. Atitudes valem mais, seja qual for o lugar, qual for a situação. Respeito e confiança vêm em primeiro lugar. A certeza que se tem é que o dito não corresponde ao pensado e que isso já é motivo suficiente para se saber em quem se pode confiar. Sabe, pequenos gestos dizem mais sobre você! Está tudo aqui, na minha frente. E eu sempre soube disso.

Eu leio seus olhos.


21 fevereiro 2009

Simplicidade.

Sabe?
Madrugadas são ótimas companheiras.
Assim como o MSN pipocando mensagens aqui na minha tela.
E como Maysa e Nelson Gonçalves tocando repetidamente no meu player.
São coisas simples.
Como um amigo que desabafa.
Uma foto levemente editada.
Uma voz melodiosamente perfeita de trilha sonora.

É.
Coisas simples são tão mais agradáveis...

15 fevereiro 2009

Contradições.

Escrito ao som de About Her - Malcolm McLaren.

Por tantas vezes a gente acredita na fidelidade das nossas convicções que é difícil admitir quando o que sempre acreditamos não é nada, comparado a algo que acabamos de presenciar.

O ciúme não é ciúme. A alegria não é alegria. A ira é mais forte do que se imaginava. Ainda assim, o espaço da liberdade continua intacto, inabalável. Por mais que tentem destruir, ele continua ali, firme. Mesmo quando caímos em contradição.

Afinal, sabemos que tudo não passa de contradições. Eu sou uma, você é outra.
Ambos somos normais.

Não mudamos de caráter só por que mudamos de opinião.